Embrapa e Reserva Biológica de Guaratiba convivem lado a lado na Zona Oeste do Rio de Janeiro

Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, 19 de junho de 2025

Coruja buraqueira fotografada na Embrapa Agroindústria de Alimentos é uma das espécies que vivem na Reserva Biológica de Guaratiba

Quem trabalha na Embrapa Agroindústria de Alimentos tem o privilégio de conviver bem perto da fauna e da flora da Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG), cujo ecossistema é o manguezal, apontado como o mais bem preservado do município do Rio de Janeiro. De acordo com o biólogo e agente de defesa ambiental da reserva, Douglas Panetto, a área – de 3.360 hectares – é capaz de reter aproximadamente três milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o que, em valor monetário equivale a cerca de R$ 60 milhões, levando em consideração que manguezais sequestram, aproximadamente, três vezes mais carbono que qualquer outro tipo de floresta.

No que se refere à flora, a RBG, que circunda a Unidade da Embrapa, abriga 48 espécies, como bromélias e orquídeas, e as que compõem as florestas de mangue. Em termos de fauna, estudos mostram que existem, entre os animais vertebrados, 121 espécies de peixes, quatro de répteis, 168 de aves e dez de mamíferos.  Entre esses animais estão: Tartaruga verde, Capivara, Cavalo marinho, Jacaré-do-papo-amarelo, Coruja buraqueira, Garça azul, Garça branca grande, Bacurau, Saracura-matraca e a Águia pescadora. Além disso, são mais de 32 espécies de animais invertebrados, com destaque para duas espécies que, devido à importância comercial, estão em lista de espécies sobreexploradas: o Guaiamum e o Caranguejo-uçá.

Das aves, nove espécies são consideradas ameaçadas, 16 são migratórias e uma espécie, infelizmente, está extinta na região, o Guará (Eudocimus ruber). Panetto explica que a reserva é o último ponto de repouso de aves migratórias que vêm do Hemisfério Norte para o Sul e vice-versa. “Então elas param aqui, fazem seu descanso, se alimentam e depois continuam até o destino final”, diz, acrescentando que, por isso, está tramitando um pedido para que a RBG faça parte da Rede de Reservas de Aves Limícolas do Hemisfério Ocidental (WHSRN – sigla em inglês). Segundo a WHSRN, as aves limícolas costumam habitar a zona limítrofe e intermitente entre ambientes úmidos e secos.

O biólogo alerta ainda sobre os perigos para a fauna e a flora da Reserva: poluição, atropelamentos, especulação imobiliária, perigo de incêndios, pesca, caça, turismo ilegal e até a poluição sonora dos carros que passam nas ruas ou avenidas no entorno da Reserva, ou seja, todos são problemas antrópicos (causados pela ação de seres humanos).

Outra riqueza da Reserva Biológica Estadual de Guaratiba é a presença de sambaquis, depósitos constituídos por materiais orgânicos e calcários (conchas) empilhados ao longo do tempo por povos que existiram entre oito e dois mil anos atrás. São importantes fontes de estudos sobre a vida dos primeiros povoados, além de fauna e flora da época.

Educação ambiental

Em referência ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que é em 5 de junho, uma equipe do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que atua na Reserva Biológica Estadual de Guaratiba esteve na Embrapa Agroindústria de Alimentos, dia 11, onde realizou uma palestra educativa para os empregados sobre fauna, flora, ecossistema, conservação, manejo e importância da Reserva. Na ocasião, também foi feita uma exposição do acervo de espécies existentes na área e a necessidade de preservação.

A apresentação foi realizada pelo biólogo Douglas Panetto e o médico veterinário do Inea, Washington de Oliveira, que falou sobre o Plano de Manejo da Reserva que trata sobre a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites. O Plano estabelece normas, restrições para o uso, ações a serem desenvolvidas no manejo dos recursos naturais da Unidade de Conservação (UC) e entorno, com a finalidade de minimizar os impactos negativos sobre o ecossistema.

Quanto à localização da Embrapa ao lado da Reserva, Washington explica que, assim como outras instituições localizadas na região, elas têm suas características e regimentos próprios, porém devem obedecer às legislações vigentes quanto à preservação da fauna e da flora. Ele informa, ainda, que para a realização de pesquisas sobre os recursos naturais existentes e protegidos dentro da RBG, a autorização deve ser solicitada ao Inea, através do Núcleo de Gestão de Conhecimento pelo e-mail nucgc.inea@gmail.com

Conselho consultivo e responsabilidade ambiental

A Embrapa Agroindústria de Alimentos faz parte do conselho consultivo da Reserva Biológica de Guaratiba. Além disso, a empresa tem o compromisso com práticas ambientais responsáveis que devem estar de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Empresa atua nas três esferas governamentais para atender à legislação de Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na esfera municipal, possui a Licença Ambiental, que visa garantir a viabilidade e o correto funcionamento de atividades e empreendimentos que utilizam recursos ambientais ou que possam causar impactos ao meio ambiente.

Na esfera estadual, realiza o monitoramento da Estação de Tratamento de Esgoto, através do sistema “Procon Água”, do Inea, e realiza a destinação final correta de resíduos. “Por fim, na esfera federal, a Embrapa Agroindústria de Alimentos mantém atualizado junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, o Cadastro Técnico Federal para Atividade Potencialmente Poluidora, para as atividades com patrimônio genético natural, além de possuir a Licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear, para operação de equipamentos com emissões radioativas”, destaca o analista e gestor ambiental do Comitê Local de Sustentabilidade da Embrapa, Flavio Cunha.

Jessé Cardoso / Ass. Imprensa Kadijah Suleiman (MTb 22.729/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

INSCREVA-SE EM NOSSA NEWSLETTER É DE GRAÇA

FIQUE POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA ZONA OESTE É DE GRAÇA !

Não fazemos spam!
Todos seus dados serão preservados.

Compartilhar: